Rinite – Meios de Prevenção

Por: Crislayne Plytiuk

A rinite alérgica é definida como uma doença sintomática do nariz, decorrente da reação inflamatória mediada por anticorpos IgE específicos e manifesta após a exposição da mucosa de revestimento da cavidade nasal ao alérgeno envolvido, e é, na maioria das vezes, subdiagnosticada e inadequadamente tratada. Além disso, determina uma enorme carga ao paciente, seus familiares e ao sistema de saúde.

O tratamento da rinite alérgica baseia-se em três pilares. Primeiramente, deve-se orientar os pacientes a realizar uma boa higiene ambiental. Tratamento medicamentoso, sintomático ou preventivo. E, em casos selecionados, imunoterapia com alérgenos.

A prevenção é o primeiro passo no tratamento da rinite alérgica. Não existindo contato entre o alérgeno e o paciente alérgico, os sintomas reduzem a intensidade, ocasionando redução ou suspensão do uso de medicações.

Sabe-se que os sintomas alérgicos iniciam-se após o contato da mucosa com o alérgeno. Se esse contato for breve, podem-se minimizar os sintomas. Dentre os alérgenos domésticos devem ser evitados ácaros, fungos, baratas, animais domésticos. Outro aspecto importante é a retirada dos agentes irritantes, principalmente a fumaça e os agentes poluidores do ambiente. Em relação aos agentes externos, como os polens, os cuidados devem ser maiores e geralmente mudanças nos hábitos ao sair de casa são necessárias.

As medidas para higiene ambiental podem ser primárias, cujo objetivo é prevenir a sensibilização do paciente, ou secundárias, para reduzir os sintomas quando este já for sensibilizado.

PREVENÇÃO PRIMÁRIA

  • Evitar o tabagismo durante a gravidez e a infância;
  • Recomenda-se aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade;
  • Evitar ambientes úmidos e com poluentes internos;
  • Eliminar substâncias irritantes do meio ambiente;

PREVENÇÃO SECUNDÁRIA

– Redução de poeira doméstica e ácaros:

  • Lavar a cama de roupa semanalmente, se possível com água entre 55 e 60 graus;
  • Encapar travesseiros e colchões com capas que impeçam a passagem da poeira e ácaros;
  • Reduzir a umidade relativa do ar para 50%, se possível;
  • Usar aspiradores de pó, se possível, com filtro HEPA ou equivalente. Colchões devem ser aspirados;
  • Usar pano úmido para limpar superfícies;
  • Lavar cortinas com água entre 55 e 60 graus;
  • Remover carpetes e utilizar pisos que possam ser limpos com pano úmido;
  • Evitar estofado de tecido, optando-se por aqueles de couro ou vinil;
  • Remover brinquedos de pelúcia do quarto, quando possível, lava-los com água entre 55 e 60 graus;
  • Substâncias acaricidas são efetivas desde que utilizadas regularmente;
  • Ácaros não tem proteção contra luz solar, portanto, coloque colchões, tapetes e travesseiros ao sol (por pelo menos 3h);
  • Nos locais de trabalho, algumas vezes será necessário usar máscaras com filtros apropriados para o ambiente/poluente;

– Medidas para reduzir o contato com antígenos de animais domésticos:

  • Não permitir a entrada de animais domésticos nos quartos;
  • Mantê-los fora de casa;
  • Se possível, encontrar um novo lar para eles;

– Medidas para evitar contato com baratas:

  • Usar inseticidas apropriados;
  • Remover fontes de comida;
  • Fechar rachaduras e frestas no chão e no teto;
  • Reduzir a umidade ambiental;

– Medidas para evitar contato com bolor:

  • Utilizar desumidificadores;
  • Fazer a manutenção freqüente de equipamentos de ar condicionado;
  • Remover carpetes e papéis de parede;
  • Consertar vazamentos de água logo que apareçam;

– Cuidados com relação aos polens:

  • Evitar atividades externas nos períodos de alta contagem de polens, entre 05:00 e 10:00 horas da manhã e em dias secos, quentes e com ventos. Dar preferência a atividades externas no final da tarde ou após uma chuva pesada;
  • Manter as janelas de casa e carro fechadas durante o dia, abrindo-as a noite (menor contagem de polens);
  • Secar as roupas em secadoras automáticas é melhor do que seca-las ao ar livre;

Cuidados com poluentes e irritantes intra-domiciliares:

  • Não fumar e nem deixar que fumem dentro de casa e do automóvel;
  • Evitar banhos extremamente quentes e oscilação brusca de temperatura;
  • Manter os filtros dos aparelhos de ar-condicionado sempre limpos;
  • Dar preferência às pastas e sabões em pó para limpeza de banheiro e cozinha;
  • Evitar talcos, perfumes, desodorantes, principalmente na forma de sprays;

 


Dra. Ana Cláudia Dias de Oliveira – CRM: 32713
Otorrinolaringologista
Centro de Rinite e Alergia do Hospital IPO – Curitiba/PR
Tel: (41) 3093-9796 / (41) 3314-1500

 


Referências:

1.Tratado de Otorrinolaringologia, Segunda Edição, Volume III
2.Guia prático sobre controle ambiental para pacientes com rinite alérgica – ASBAI

 

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